Aumento no preço do querosene pode impactar no valor das passagens aéreas

Temido efeito cascata pode repassar os valores aos consumidores finais

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Nos últimos dias os brasileiros receberam a boa surpresa na redução de preços dos combustíveis nos postos de gasolina, algo que altera a realidade até nas prateleiras dos supermercados. No entanto, a Petrobras anunciou, nesta terça-feira (5), o aumento no preço do querosene da aviação (QAV), algo que afetará diretamente o mercado de turismo.

De acordo com a empresa, o aumento será de 3,9% para o mês de julho. A querosene é utilizada para aviões de maior porte algo que vai afetar o valor das passagens aéreas. No acumulado do ano, conforme números levantados pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), a alta chega a 70,6% em 2022.

Como efeito cascata, as empresas repassam os valores aos consumidores finais. Ainda de acordo com a Abear, o QAV no Brasil chega a ser 40% mais caro do que fora do país.

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Por meio de nota, a Abear esclarece que o novo aumento impõe novamente o “desafio encarado diariamente por conta dos constantes aumentos e a escalada de custos estruturais”.

Petrobras se exime da culpa

Já a Petrobras, também em nota, disse que o aumento é definido por um algoritmo contratual e é algo negociado com as distribuidoras.

“Conforme prática que remonta os últimos 20 anos, os ajustes de preços de QAV são mensais e definidos por meio de fórmula contratual negociada com as distribuidoras. Os preços de venda do QAV da Petrobras para as companhias distribuidoras buscam equilíbrio com o mercado internacional e acompanham as variações do valor do produto e da taxa de câmbio, para cima e para baixo.

Conforme resultado da aplicação da fórmula contratual, em primeiro de julho foi implementado reajuste médio de +3,9%”, detalhou.

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De acordo com a estatal, o mercado é aberto e de livre concorrência e, por isso, não existe qualquer restrição para que empresas atuem como produtores ou importadores. A empresa explica ainda que comercializa o QAV produzido por ela, em suas refinarias, e comercializa o produto apenas com distribuidoras e essas distribuem o produto para as empresas aéreas.

40% do valor

De acordo com o Presidente da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, o setor viu uma alta de 91% nos últimos anos, enquanto o barril de petróleo teve aumento de 48% no mercado internacional.

Ele ainda esclareceu que 40% do preço da passagem aérea no Brasil está diretamente ligado ao custo do QAV. Já em outros países, ainda conforme Sanovicz, esse número reduz para 20 a 24%. Ele ainda disse que, diante de um cenário assim, os voos domésticos encolheram 7%.

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